A
ingestão não moderada de álcool acarreta graves
consequências, nomeadamente ao nível dos inúmeros
acidentes de viação.
Portugal
é o país da UE com a taxa mais elevada de mortalidade
rodoviária. Numa perspetiva mundial, o número de mortes
por acidente de viação é mais elevado do que o
tumor maligno mais frequente (cancro do pulmão).
É
hoje consensual e nesse sentido o consagra, também, a
Orgnização Mundial de Saúde (OMS), ser o
álcoolismo um dos principais e dos mais graves problemas de
saúde que a Europa enfrenta.
Devido
ao efeito que provocam em grande parte dos consumidores, as bebidas
álcoolicas muitas
vezes
tidas como estimulantes que ativam os processos fisicos e mentais.
Mas a realidade é bem diferente: o álcool é, de
facto,um
depressor
que prejudica as capacidades psicofisiológicas mesmo se
ingerido em pequenas doses. O
condutor sob efeito do álcool e em caso de acidente está
mais exposto à morte.
Após
a ingestão de algumas doses de álcool, o indíviduo
inicia a condução do seu veículo e surge “
o sindrome do maior piloto de corridas”. Ao
afetar o Sistema Nervoso Central, o álcool provoca efeitos que
prejudicam a condução. Nomeadamente: euforia,
capacidade de atênção e concentração
ficam diminuidas, redução da acuidade visual, aumento
do tempo de recuperação após o encandeamento,
incapacidade de avaliar corretamente distâncias e velocidades,
aumento do tempo de reação e consequentemente a
distância de paragem do veiculo, travagens bruscas
desnecessárias, grandes golpes de volante, manobras feitas com
o recurso ao acelarador e outros comportamentos desajustados a uma
condução segura. Atenção aos estados
emocionais; os problemas mesmo que pequenos poderão levar a
estados de agressividade, frustração, depressão
ou outros que se transferem para a condução, contendo
riscos inerentes.
Não
esquecer que, taxas de álcool elevadas, poderão levar
ao coma e à morte.
Álcool
e medicamentos – interação perigosa
Combinados
com o álcool, os efeitos desfavoráveis de certos
medicamnetos sobre as capacidades percetivas, de concentração
e de reação são multiplicados. Da mesma forma os
efeitos dos medicamentos podem potenciar os efeitos nocivos do
álcool. A
conjugação álcool + medicamentos + condução
aumenta
consideravelmente o risco de sofrer um acidente de viação.
O
código da estrada proibe que qualquer indíviduo conduza
com uma taxa de álcool igual ou superior a 0,5g/l, mas isto
não significa que alcoolémias inferiores a esta taxa
sejam inofensivas. Se vai conduzir deve evitar ingerir qualquer
quantidade de alcool.
Uma
taxa de álcool 0.5 g/l e até 0.79 g/l é
considerada uma contra-ordenação grave, punida com
coima e inibição de conduzir de 1 mês a 1 ano.
Uma taxa de alcool 0,8 g/l e até 1,19 g/l é considerada
contra-ordenação muito grave, punida com coima e
inibição de conduzir de 2 meses a 2 anos. Uma taxa de
álcool 1,2 g/l ou mais, é considerado crime, punido
com prisão até um ano
ou multa até 120 dias e inibição de conduzir de
3 meses a 3 anos.
Salientar
também, que, embora haja diversas teses e posições
jurisprudenciais, poderá haver direito de regresso da
seguradora contra o condutor por ter agido sob influência do
álcool. A fiscalização da condução
sob influência do álcool é obrigatória em
caso de acidente. Este controlo pode também ser feito de forma
aleatória, em operações policiais de
fiscalização, onde são utilizados álcoolimetros
quantitativos, os quais, determinam a taxa de álcool no ar
expirado e a convertem automaticamente em taxa de álcool no
sangue.
Se
conduzir não ingira bebidas álcoolicas, “faça
da sua chegada uma festa”. Citando
L. Tolstoi “ o
futuro não existe realmente. Ele é criado por nós
no presente”.
Amilcar
Ferreira
Instrutor
e Diretor do Escola de Condução Estrela do Nabão