segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O CONDUTOR E O CARJACKING

O Carjacking é uma terminologia associada ao roubo de veículos praticada de modo extremamente violenta. Trata-se de um delito relacionado ou associado de um modo geral à criminalidade grupal, tendo a designação de carjacking sido importada de outros países, nomeadamente, dos Estados Unidos onde este tipo de criminalidade mais se desenvolve e a qual, desde a década de 1980, está na ordem das preocupações das sociedades modernas. Trata-se de um crime que ameaça, sériamente, a segurança pessoal do condutor e dos ocupantes do veículo, porque o criminoso, na maioria das vezes, utiliza a força, o medo e a agressão na prática deste crime.
Muitas vezes estão associados a estes delitos outras actividades criminosas, como por exemplo, o tráfico de pessoas, o tráfico de armas, o sequestro, a utilização dos veículos roubados em assaltos e a comercialização ilícita destes veículos que são vendidos ou desmantelados e que fazem aumentar, cada vez mais, o número de veículos que não chegam a ser recuperados.
Independentemente das políticas adotadas pelas entidades públicas para combater este crime, também, os cidadãos, em especial os condutores, podem adotar alguns cuidados preventivos para a a sua segurança.
Deixo-vos um conjunto de recomendações, que os condutores (e em algumas situações os passageiros) devem ter em atenção, em especial à noite e em locais mais isolados:
  • Cuidado e atenção especial na paragem junto a sinais verticais, luminosos, à saída de estabelecimentos comerciais, estações de serviço, multibanco, parques de estacionamento e, de um modo geral, em todos os locais pouco iluminados;
  • Circule sempre com as portas trancadas e os vidros subidos;
  • Em caso de embate propositado de outra viatura, se possível, não pare e contacte as autoridades;
  • Quando estiver parado esteja atento a possíveis abordagens;
  • Nunca deixe as chaves no veículo ainda que por poucos momentos e não deixe objectos de valor à mostra no veículo;
  • Não permaneça em locais pouco iluminados;
  • Fique atento para a, eventual, existência de pessoas estranhas que observem e se aproximem do seu veículo;
  • Não estacione próximo de paredes, muros ou outras zonas mal iluminadas;
  • Separe as chaves do seu veículo e as da habitação, escritório, etc;
  • Tenha cuidado com a entrega de panfletos, publicidade, etc, na via pública;
  • Ao estacionar verifique se a saída do seu veículo pode ficar bloqueado e efetue a manobra de modo a poder sair o mais rápido possível;
  • Antes de sair do seu veículo, tenha atenção às pessoas que, eventualmente, possam estar a rodear o veículo.
  • Ao dirigir-se para o seu veículo, esteja atento a movimentos suspeitos;
  • Evite a utilização do telemóvel porque constitui um motivo de distração;
  • Se possível, utilize sistemas que permitam localizar o veículo via satélite;
Se for alvo de Carjacking mantenha a calma e proteja a sua vida!
Amilcar Ferreira

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

O IDOSO NA CONDUÇÃO

Há determinadas alterações físicas e cognitivas, resultantes do processo de envelhecimento, que podem prejudicar a condução e, consequentemente, a segurança dos condutores idosos na estrada.
A visão, que é o principal sentido de recepção de estímulos, pode sofrer algumas modificações à medida que a idade vai avançando, como:
  • Na condução nocturna que pode ser mais difícil ver os reflexos luminosos resultantes das luzes dos outros veículos ou da iluminação da própria via;
  • maior dificuldade em ver as pessoas, objectos e movimentos que se encontram fora da linha direta de visão do condutor, demoram mais tempo a ver e “interpretar” os sinais de trânsito ou as placas que identificam as ruas e, até mesmo, em reconhecer que lhe são familiares.
  • Aconselho que faça exames regulares à sua visão em curtos espaços de tempo bem como evite conduzir à noite.
A audição, também, pode apresentar algumas debilidades, nomeadamente:
  • através do aumento da dificuldade do condutor em ouvir os sinais sonoros dos outros veículos, as sirenes e, até mesmo os ruídos do seu próprio veículo.
Apesar deste não ser o principal sentido de receção de estímulos são estes sons que muitas vezes alertam o condutor para a necessidade de parar ou reduzir a velocidade.
Também aqui, aconselho exames à audição em espaços de tempo curtos. Também em relação à acção motora podem existir alterações:
  • aumenta a debilidade dos músculos, tornando mais difíceis determinadas ações frequentes e determinantes à condução automóvel, como a dificuldade em virar a cabeça para ver diretamente para trás, rodar o volante de forma rápida ou travar de forma segura.
Neste sentido, também, os reflexos se tornam mais lentos, podendo afetar a rapidez com que o condutor reage.
  • Aconselho a evitarem viagens longas e a escolherem estradas com pouco fluxo de trânsito.
Outro fator que prejudica a condução automóvel e que aumenta normalmente com o envelhecimento é a ingestão de medicamentos, principalmente, daqueles que provocam sonolência, tonturas ou que diminuem o nível de vigilância do condutor.
Estas dificuldades manifestam-se ou agravam-se em determinadas situações como:
  • na condução noturna;
  • com condições atmosféricas adversas;
  • na mudança de direcção ou de via de trânsito;
  • na ultrapassagem ou cedência de passagem;
  • na entrada e saída de auto-estradas ou vias equiparadas.
Dada a diversidade de limitações que cada um e nós pode sofrer ao longo do processo de envelhecimento, é o condutor que, em primeira linha, deve fazer uma auto-análise do seu estado físico e psíquico e decidir quais as estratégias a adotar para conduzir até o mais tarde possível em segurança.
Sempre que possível, utilizem veículos de caixa-automática, evitar-vos-á a complexidade do trabalho de embraiagem e o manuseamento da caixa de velocidades.
Verifica-se no ensino da condução instrutores com idade já avançada, deixo-vos um alerta, pensem e verifiquem até que ponto vocês profissionais não estão a colocar a vossa vida e dos alunos em perigo, poderão já não ter capacidade para evitar um acidente causado por um movimento menos certo de um aluno que tem ao vosso lado. Deixo um alerta ao IMT! Se a categoria da carta de condução de pesados de passageiros caduca aos 65 anos, porque não caduca, também, a licença de instrutor?
Aproveito o momento e terminando o ato eleitoral do passado domingo, para desejar que a partir de agora não haja vencedores nem vencidos, mas sim um “arregaçar de mangas” na competência e no trabalho de forma que os grandes vencedores sejam os Tomarenses.
Em matéria de segurança rodoviária, deixo três alertas:
  • Ponte do Carril: urge de uma intervenção rápida;
  • a iluminação nas passagens de peões é precária ou inexistente;
  • nas placas triangulares, deverá ser colocado um sinal vertical que, obrigue os condutores a contornar as referidas placas pelo lado direito. Verifica-se que, alguns condutores, não sabem por onde contorná-las, embora a lei seja clara a partir de Março de 2005, toda a placa ao eixo das vias de dois sentidos e independentemente se é triangular ou não, deverá ser contornada pela direita. Exemplos: placa junto ao cemitério de Marmelais; placa imediatamente a seguir às bombas de combustível de Venda da Gaita.
Um abraço, conduzam com segurança!
Amilcar Ferreira

Diretor/instrutor Escola de Condução Estrela do Nabão