quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

CONDUÇÃO EM CONDIÇÕES ATMOSFÉRICAS ADVERSAS

Nesta época específica do ano assiste-se frequentemente a dois aspetos comuns: as constantes deslocações de norte a sul do país, para passar a época festiva entre familiares e amigos, e o mau tempo que geralmente se faz sentir. Assim sendo, para que a época natalícia não fique “marcada” por imprevistos ao volante, em muito resultantes das más condições atmosféricas que se fazem sentir, o condutor deverá ter sempre em mente que, haja chuva, nevoeiro, neve, gelo e/ou granizo, uma coisa é certa: tanto a visibilidade como a aderência ao piso encontrar-se-ão diminuídas, pelo que terá de adptar a sua condução a essa adversidade das condições ambientais. E que cuidados gerais deverá então adoptar para fazer face aos perigos das condições atmosféricas adversas? Acima de tudo, deverá: Fazer uso das luzes de cruzamento (médios). É que sendo má a visibilidade, só assim o condutor terá a possibilidade de ver e ser visto pelos outros utentes da via. Aumentar a distância de segurança face ao veículo da frente: com o piso molhado a distância de paragem aumenta significativamente, pelo que havendo necessidade, só mantendo uma distância de segurança adequada, o condutor terá tempo de agir, minimizando assim o risco de colisão. Circular com velocidade especialmente moderada, dado que a velocidade aumenta o risco de derrapagem e é responsável pelo aumento significativo da distância de travagem. Para além destes cuidados e, ainda antes de dar início à viagem, o condutor deverá deslocar-se a uma oficina a fim de proceder a uma verificação das condições técnicas do seu veículo, principalmente no que respeita ao estado de conservação e pressão dos pneus, às condições de funcionamento das luzes, do sistema de travagem, da bateria, dos amortecedores, do limpa pára-brisas, do estado de conservação das escovas, etc. Por outro lado, para além dos procedimentos gerais mencionados a adoptar sempre que as condições atmosféricas não são as melhores, há depois todo um conjunto de cuidados específicos a que o condutor deverá ou não recorrer consoante as condições ambientais específicas que se façam sentir no momento: Quando é o nevoeiro o factor que prejudica a condução, deverá ligar os médios e as luzes de nevoeiro. Sendo o nevoeiro muito intenso, deverá ainda complementar com as luzes de perigo (quatro piscas). Quando existirem lençois e poças de água que se vão formando no pavimento, deverá não travar. Em vez disso, deverá tirar o pé do acelerador, não dar guinadas no volante, evitando assim a hidroplanagem que levando o veículo a deslizar sobre uma superfície de água, é responsável pela total perda de contacto dos pneus com o piso, podendo levar o condutor a perder o controlo sobre a direção e, consequentemente, sobre a trajectória do veículo. Sob condições de granizo, gelo ou geada, as condições de aderência ao piso, encontram-se significativamente diminuídas. Assim, deverá colocar as correntes de neve em todas as rodas, ou pelo menos, nas rodas motrizes, de forma a aumentar a aderência ao piso. Circular com velocidade muito reduzida e manobrar o volante com suavidade, não fazendo nunca travagens ou acelerações bruscas. Se conduzir sob fortes rajadas de ventos laterais, o risco de perda do controlo da direção do veículo e, consequentemente, da sua trajectória é tanto maior quanto mais elevada for a velocidade, o condutor deverá reduzir a velocidade e segurar com firmeza o volante. No cruzamento com veículos de grandes dimensões deverá aumentar a distância lateral em relação a eles, dado que nesse momento o efeito do vento não se sente mas a trajectória do veículo tende a desviar-se bruscamente. Posto isto, para fazer face à perigosidade das condições atmosféricas que caracterizam esta época do ano, o condutor deve acima de tudo e a todo o momento reforçar a adoção de uma condução defensiva, adaptando a sua condução particularmente a fatores como o estado do piso, as condições de visibilidade, o estado da carga do veículo, a intensidade do tráfego e as suas próprias condições psicofisiológicas. Mais um ano que vai terminar com situações para todos mais positivas ou mais negativas, mas o mais importante da vida é saber-se quem nós realmente somos. Foi com enorme prazer que quinzenalmente fui “até vós” com as minhas crónicas com um único objetivo: a diminuição da taxa de sinistralidade. Desejo a todos vós leitores e amigos um Feliz Natal e um bom ano de 2014. Façam da vossa chegada uma festa. Conduzam em segurança. Um abraço. Amilcar Ferreira Diretor / Instrutor Escola de Condução Estrela do Nabão