Os atropelamentos a peões e
animais, é um flagelo que atinge a sociedade e quem nela desenvolve estratégias
para que eles não ocorram. Acontece que continuam a suceder-se casos de
atropelamentos, com maior ou menor gravidade.
Portugal, tal como outros países,
sofre em grande escala com esta maleita. Muitos são os registos de
sinistralidade rodoviária, onde surgem os atropelamentos como fator de
consequência e aos quais não é dada uma resposta adequada. Se por uma
perspetiva os condutores insistem em afirmar que grande parte da percentagem dos
atropelamentos se deve a uma má postura rodoviária dos peões, por outro lado
são os peões, que afirmam que não existe respeito nem prudência para com os
peões, por parte dos condutores.
Se analisarmos os dois pontos de
vista, ambos têm razão; há muitos peões que não optam por uma postura
rodoviária adequada ao défice de espaços a eles destinados, para circularem em
segurança, no entanto existem também muitos condutores que se esquecem dessa
realidade e não praticam uma condução defensiva, procurando sempre uma maior
segurança geral.
O flagelo dos atropelamentos pode
ser diminuído, diminuindo desse modo a dor das vítimas, dos familiares e dos
custos inerentes às ocorrências. Basta que para tal, cada um dos responsáveis
pela segurança e prevenção rodoviária, desenvolva a sua ação corretamente.
Apontar o dedo é fácil e atribuir
culpa ainda mais. Acontece que a ocorrência dos atropelamentos não é culpa de
um só dos intervenientes, têm sempre na responsabilidade, os dois.
Os atropelamentos surgem por
diversas razões; uma, pela deficiente prática na circulação de veículos em
locais de risco elevado, como por exemplo na proximidade de escolas, centros de
saúde, jardins, etc., mas também pelo desrespeito das passagens assinaladas
para a travessia da faixa de rodagem. Acontece que em muitos locais as
«passadeiras» não se encontram nos locais adequados, estando localizados em
espaços de risco elevado, com deficiente visibilidade ou ponto de aceleração à
saída da via de rotundas.
Também existem as não
passadeiras, ou seja , aquelas que não estão pintadas no pavimento ou que a
tinta está tão gasta que não se vê.
É aqui que encontramos os que
partilham a responsabilidade pelos atropelamentos; os responsáveis autárquicos
que insistem em não efetuar uma manutenção adequada á sinalização horizontal na
via, assim como em não equipar as estradas nacionais com espaços reservados á
circulação de peões ou bermas, obrigando-os a circularem na faixa de rodagem,
em locais, muitas vezes, só por si, já limitados à circulação de veículos.
Assim, para que se possa diminuir, efetivamente, cada um dos intervenientes
deverá atuar de acordo com as suas responsabilidades. Assim:
- Se é condutor, deve moderar
especialmente a velocidade ao cruzar com veículos, pessoas, animais e na
aproximação da passagem e travessia de peões.
- Se é peão, « é o elo mais fraco
» . Deverá, só atravessar a faixa de rodagem, mesmo nas passagens de peões,
quando tiver a certeza, que, não há perigo de ser atropelado. Deverá também
atravessar a faixa de rodagem o mais rápido possível.
Os responsáveis políticos,
deverão, também, desenvolver uma ação de revitalização do meio rodoviário, para
que o nível de segurança dos peões aumente.