Decorridos nove meses do ano 2015, conclui-se que, se
continua a morrer muito nas estradas portuguesas. Mortes essas
provenientes de sinistralidade rodoviária que poderia, com
grande facilidade, ser diminuida para valores residuais se a
legislação fosse adequada e se os condutores
praticassem condução defensiva.
Alteram-se algumas regras na legislação do
Código da Estrada, sob o pretexto de que tal iria ter uma
repercussão positiva nos valores indicados da sinistralidade
nas estradas portuguesas e suas consequências. Acontece que,
até então, os valores têm vindo sempre a subir.
Os responsáveis portugueses pelas alterações
pontuais às regras do Código da Estrada, alegam que
essas mesmas alterações visam promover uma maior
segurança e fomentam o respeito que cada interveniente tem por
si e por quem consigo se cruza.
Acontece que os numeros indicam outra coisa
completamente diferente, ou seja, os numeros mostram que a morte nas
estradas portuguesas está cada vez mais elevada. E pior que
isso, mostra que essa tendência se vinca cada vez mais nos
gráficos indicados.
Entre o dia 1 de Janeiro de 2015 e o dia 30 de Setembro
de 2015, ocorreram nas estradas portuguesas, cerca de 90.000
acidentes rodoviários, mais 4.130 acidentes que no ano de
2014, no mesmo periodo de tempo. Relativamente a mortes registadas,
este ano de 2015, já se verificaram 361, mais 24 que no ano
passado. São numeros, que nos fazem perguntar, porque se morre
nas estradas?
Com o aparecimento das Escolas de Condução
Low-Cost, com instrutores impreparados, é o começo para
uma formação sem qualidade. Depois, com grande parte
das escolas de condução, a enganarem os candidatos a
condutores, “trabalhando” para a reprovação é
a “ cereja no cimo do bolo”, para que os “novos” condutores,
vão para a estrada sem o minimo de preparação.
Depois, os senhores legisladores, que deveriam ouvir as
pessoas certas, fazem
“ouvidos surdos” e legislam leis, sem o minimo de racionalidade. A “nova” lei das rotundas é um exemplo.
“ouvidos surdos” e legislam leis, sem o minimo de racionalidade. A “nova” lei das rotundas é um exemplo.
A atualização de conhecimentos dos
condutores, não existe, o que, em tese é o seguinte: se
eu tirar a carta de condução aos 18 anos e se viver até
aos 100 anos, nestes 82 anos, basta comprar um atestado médico,
para estar legalmente habilitado a conduzir.
Os radares de velocidade escondidos, que, são uma
verdadeira caça à multa, tambem não ajudam a
diminuir a taxa de sinistralidade. Nunca a caça à multa
foi ou será prevenção rodoviária em
Portugal ou em outros paises do planeta. A caça à multa
é e sempre será uma forma de encher os cofres dos
estados que o promovem, visando essencialmente a penalização
e não a sensibilização e pedagogia.
Se juntarmos a tudo isto, a não prática de
condução defensiva, ou seja, prever e antecipar
cenários, temos nas estradas portuguesas uma autêntica
chacina rodoviária.
Pensem nisto. Afinal, a vida é única!
Diretor/Instrutor
Escola de Condução Estrela do Nabão