quinta-feira, 5 de novembro de 2015

AS REGRAS DO ENSINO DE CONDUÇÃO MUDARAM

Desde o dia 21 de Setembro, as regras de Ensino de Condução em Portugal mudaram. Muito se tem falado que deveriam existir mudanças, mas quando se discute que tipo de mudanças, parece nunca haver acordo.
A primeira mudança e a principal, é o contrato. Nesse contrato terá de constar todos os itens que vão ser cobrados ao aluno para tirar a carta de condução por completo. Ou seja, passa a haver mais controlo e acima de tudo os alunos, passam a ter conhecimento total daquilo que lhes é cobrado pela carta de condução. Em caso de reprovação, o contrato deve também, mencionar o que acontece, quais os custos e quais as aulas que se deve ter a mais.Tem também de constar que o aluno tem a possibilidade de escolher o Centro de Exames, como sempre teve, mas agora essa informação deve estar contratualizada.
Para quem tirar a carta de ligeiros de passageiros, são necessárias 28 aulas teóricas de uma hora cada, em vez dos habituais 50 minutos. Com três módulos distintos: Segurança Rodoviária, Teoria da Condução e um Módulo complementar Teórico-Prático. Nesta ultima vertente, o aluno terá de complementar 32 horas e 500 quilómetros percorridos.
Para além destas medidas, estuda-se ainda a possibilidade dos exames serem filmados, o que permitirá a erradicação da corrupção ou pelo menos uma diminuição drástica, dado que o examinador não poderá auxiliar em nada a condução do examinando.
É certo que há alguma mudanças, e a meu ver, todas elas são para melhor, mas continuamos a ter o problema dos preços das cartas de condução. O legislador, deveria tabelar os preços, ao não acontecer, continuamos a assistir, ao ensino para reprovar, pois as reprovações dão muito dinheiro e continuam a permitir , que, algumas Escolas de Condução, continuem com a porta aberta, incobrindo as suas vergonhosas taxas de aprovações.
Na verdade, as escolas de condução são empresas que visam o lucro. No entanto, ainda assim, devem as mesmas procurar um equilibrio entre esse pressuposto comercial e a responsabilidade que lhes é imputada de formarem condutores responsáveis capazes de diminuirem a taxa de sinistralidade, que mancha as estradas portuguesas.
O que se passa é que o mercado das Escolas de Condução nunca foi pacifico. A liberalização dos valores de formação fez com que se colocasse para quarto ou quinto plano o ideal da formação. Todos os dias recebemos alunos vindos de outras escolas de condução, em desânimo total, pois investiram milhares de euros e não obtiveram o desejado titulo de condução.
Obter a carta de condução, nunca será como ir ao supermercado comprar um kg de maças.
A todos vós profissionais, trabalhem com competência, com qualidade, com seriedade, trabalhem para formar bons condutores, para diminuir a sinistralidade rodoviária, para que as gerações futuras tenham cada vez maior civismo ao volante.
Vençam a concorrência por terem os melhores instrutores, por formar os melhores condutores, por terem e divulgarem as maiores taxas de aprovações.
Deêm o melhor de vós, sejam vaidosos no brio e no profissionalismo e no final, cobrem um preço justo para isso. Parem de enganar os candidatos a condutores.
Só assim, será possivel continuarem a encarar o Domingo à noite com o mesmo sorriso nos lábios de Sexta-feira.


Amílcar Ferreira

Diretor/Instrutor Escola de Condução Estrela do Nabão