Desde
o dia 21 de Setembro, as regras de Ensino de Condução
em Portugal mudaram. Muito se tem falado que deveriam existir
mudanças, mas quando se discute que tipo de mudanças,
parece nunca haver acordo.
A
primeira mudança e a principal, é o contrato. Nesse
contrato terá de constar todos os itens que vão ser
cobrados ao aluno para tirar a carta de condução por
completo. Ou seja, passa a haver mais controlo e acima de tudo os
alunos, passam a ter conhecimento total daquilo que lhes é
cobrado pela carta de condução. Em caso de reprovação,
o contrato deve também, mencionar o que acontece, quais os
custos e quais as aulas que se deve ter a mais.Tem também de
constar que o aluno tem a possibilidade de escolher o Centro de
Exames, como sempre teve, mas agora essa informação
deve estar contratualizada.
Para
quem tirar a carta de ligeiros de passageiros, são necessárias
28 aulas teóricas de uma hora cada, em vez dos habituais 50
minutos. Com três módulos distintos: Segurança
Rodoviária, Teoria da Condução e um Módulo
complementar Teórico-Prático. Nesta ultima vertente, o
aluno terá de complementar 32 horas e 500 quilómetros
percorridos.
Para
além destas medidas, estuda-se ainda a possibilidade dos
exames serem filmados, o que permitirá a erradicação
da corrupção ou pelo menos uma diminuição
drástica, dado que o examinador não poderá
auxiliar em nada a condução do examinando.
É
certo que há alguma mudanças, e a meu ver, todas elas
são para melhor, mas continuamos a ter o problema dos preços
das cartas de condução. O legislador, deveria tabelar
os preços, ao não acontecer, continuamos a assistir, ao
ensino para reprovar, pois as reprovações dão
muito dinheiro e continuam a permitir , que, algumas Escolas de
Condução, continuem com a porta aberta, incobrindo as
suas vergonhosas taxas de aprovações.
Na
verdade, as escolas de condução são empresas que
visam o lucro. No entanto, ainda assim, devem as mesmas procurar um
equilibrio entre esse pressuposto comercial e a responsabilidade que
lhes é imputada de formarem condutores responsáveis
capazes de diminuirem a taxa de sinistralidade, que mancha as
estradas portuguesas.
O
que se passa é que o mercado das Escolas de Condução
nunca foi pacifico. A liberalização dos valores de
formação fez com que se colocasse para quarto ou quinto
plano o ideal da formação. Todos os dias recebemos
alunos vindos de outras escolas de condução, em
desânimo total, pois investiram milhares de euros e não
obtiveram o desejado titulo de condução.
Obter
a carta de condução, nunca será como ir ao
supermercado comprar um kg de maças.
A
todos vós profissionais, trabalhem com competência, com
qualidade, com seriedade, trabalhem para formar bons condutores, para
diminuir a sinistralidade rodoviária, para que as gerações
futuras tenham cada vez maior civismo ao volante.
Vençam
a concorrência por terem os melhores instrutores, por formar os
melhores condutores, por terem e divulgarem as maiores taxas de
aprovações.
Deêm
o melhor de vós, sejam vaidosos no brio e no profissionalismo
e no final, cobrem um preço justo para isso. Parem de enganar
os candidatos a condutores.
Só
assim, será possivel continuarem a encarar o Domingo à
noite com o mesmo sorriso nos lábios de Sexta-feira.
Amílcar
Ferreira
Diretor/Instrutor
Escola de Condução Estrela do Nabão