O
Telemóvel, uma das maiores invenções do Século
XX. O seu inventor foi Martin Cooper. A sua primeira chamada foi feita no dia 3 de Abril de 1973, em Manhattan, em que muitos
nova-iorquinos pararam boquiabertos porque viram um tipo a falar ao
telemóvel na rua. Foi um momento que acabava de mudar a vida
de milhões de cidadãos em todo o mundo. Estes
equipamentos, tornaram-se parte do nossso quotidiano, hoje em dia é
dificil vivermos sem eles, mas não os devemos utilizar
enquanto conduzimos.
Telefonar
e conduzir ao mesmo tempo implica uma “carga mental” que
prejudica a realização segura da tarefa da condução.
Concretamente, o nosso cérebro não pode prestar a
atenção necessária a duas tarefas diferentes
realizadas simultaneamente. Telefonar é uma atividade
cognitiva que requer a atenção do condutor, que fica,
em situação de condução, confrontado com
uma dupla tarefa e quanto mais complexa for a situação
de trânsito, mais a comunicação telefónica
interfere no bom desempenho do condutor.
Vejamos
as principais consequências que essa duplicação
de actividades pode originar:
- Diminuição da capacidade de vigilância do condutor e dispersão de atenção;
- Aumenta 4 vezes a probabilidade de acidente. Esta probabilidade aumenta para 6 vezes durante os 5 primeiros minutos de conversação;
- Aumenta em cerca de 50% do tempo de reação, levando, assim, o condutor mais tempo a atuar perante uma dada situação de trânsito;
- Dificuldade de descodificação dos sinais e da sua memorização;
- Desrespeito da regra de cedência de passagem nos cruzamentos e entroncamentos;
- Má avaliação da velocidade. A maior parte dos condutores julga que reduz a velocidade;
- Tendência para não parar nas passagens de peões a fim de lhes permitir atravessar a faixa de rodagem com mais segurança;
- Aumento do stress provocado pela situação de atendimento ou marcação de chamada telefónica, stress esse que pode ser acrescido pelo teor da conversa.
Há que ter
presente que todos estes efeitos são agravados por uma elevada
intensidade do tráfego, pelas más condições
meteorológicas, pela complexidade das situações
de trânsito e pela atenção requerida pela
conversação. Facilmente se pode concluir que embora o
uso de um “Kit mãos livres” permitindo manter as 2 mãos
no volante, já reduz alguns riscos, não resolve todos
os problemas. O condutor deve ter presente todos os outros fatores
de risco e evitar o telemóvel, durante o ato de condução.
Se receber ou necessitar de fazer uma chamada telefónica ou
envio e leitura de SMS deve parar em local apropriado e só
então utilizar o telemóvel.
Atenção
que os efeitos no condutor aquando da manutenção de uma
conversa ao telefone enquanto está a conduzir, podem ser
comparados aos efeitos decorrentes de uma condução sob
influência do álcool. Há que acrescer, ainda, o
perigo de eventuais danos que os telemóveis podem causar no
sistema elétrico do veículo, hoje em dia, já
possuem inúmeros elementos electrónicos.
De acordo com o Código
da Estrada, durante a marcha do veículo apenas se permite a
utilização de aparelhos dotados de um auricular ou de
microfone, com sistema alta voz, não podendo nenhum destes
aparelhos implicar manuseamento continuado, caso contrário,
infringe o Código da Estrada.
Sobre este assunto,
entendo que não pode usar um aparelho que se encontre dotado
de dois auriculares, isto porque a Lei é clara ao referir que
apenas são permitidos “aparelhos dotados de um auricular”.
O condutor que infringa a Lei, incorre no pagamento de uma coima de
120€ a 600€ e, ainda, na sanção acessória de
inibição de conduzir de um mês a um ano.
Deixo, ainda, um último
considerando:
Ainda que a utilização
do telemóvel se faça dentro dos limites da Lei, em
situação alguma o utilize enquanto conduz! A vida é
única, preserve-a!
Citando L. Tolstói:
“O futuro não existe realmente, ele é criado por nós
no presente”.
Amilcar Ferreira
Diretor/Instrutor
Escola de Condução Estrela do Nabão