sábado, 27 de outubro de 2012

O VEÍCULO E A INSPEÇÃO


As inspeções periódicas visam confirmar com regularidade a manutenção das boas condições de funcionamento e de segurança de todo o equipamento e das condições de segurança dos automóveis ligeiros, pesados, bem como reboques e semi-reboques de peso bruto superior a 3.500kgs.
O novo Decreto-Lei nº 144/2012 de 11 de Julho, vem alargar o universo de veículos a sujeitar a inspeção, passando a incluir os motociclos, triciclos e quadriciclos com cilindrada superior e 250cm3 bem como os reboques e semi-reboques com peso igual ou superior a 750 kgs. No entanto, a obrigatoriedade das inspeções periódicas para estes veículos, só se tornará efetava após publicação em Diário da República de uma portaria que aprove a respetiva calendarização, o que ainda não aconteceu.
Periocidade das Inspeções:
  • Automóveis Ligeiros de Passageiros – Quatro anos após a data da 1ª matrícula, depois de dois em dois anos até ao oitavo ano e posteriormente todos os anos;
  • Automóveis Pesados e Reboques com peso bruto superior a 3.500kgs utilizados por corporação de bombeiros e suas associações e outros que raramente utilizam a via pública, designadamente, os destinados a transporte de material de circo ou de feira, reconhecidos pela entidade competente – Um ano após a data da 1ª matrícula e posteriormente todos os anos;
  • Automóveis Pesados de Passageiros e de Mercadorias, automóveis utilizados no transporte escolar, automóveis ligeiros licenciados para a instrução e para o transporte público de passageiros (táxis), ambulâncias, reboques e semi-reboques com peso bruto superior a 3500 kgs – Um ano após a data da 1ª matricula, depois todos os anos até ao 7º ano, no oitavo ano e seguintes de 6 em 6 meses.
A comprovação da realização das inspeções é efetuada através da emissão pela entidade titular do centro de inspeção, da ficha de inspeção e vinheta por cada veículo inspeccionado. A referida vinheta deverá ser colocado no canto inferior direito do pára-brisas. Os veículos devem ir à inspeção nos 3 meses que antecedem a data da sua matrícula. Exemplo: um veículo matriculado a 26 de Abril, deverá ir à inspeção, entre 26 de Janeiro e 26 de Abril.
A responsabilidade pela apresentação do veiculo à inspeção compete ao proprietário, usufrutuário adquirente com reserva de propriedade, locatário financeira ou a qualquer outro seu legitimo possuidor, o apresentante deve exibir o certificado de matricula do veiculo ou documento equivalente e a ficha de inspeção (caso o veiculo já tenha sido submetido a inspeção), sem os quais a inspeção não pode ser efetuada.
As deficiencias encontradas nas observações e verificações dos pontos de controlo
obrigatórios são graduados em três tipos:
tipo 1, tipo 2, tipo 3.
Os veiculos são reprovados sempre que:
  • Se verifiquem mais de cinco deficiencias tipo 1
Se verificar uma ou mais deficiencias de tipo 2 ou 3
  • Não seja efetuada a correção da deficiencia ou deficiências anteriormente anotadas, salvo as relativas ao livrete.
Se o responsável pela apresentação do veiculo, não se conformar com o resultado da inspeção, pode apresentar reclamação, devidamente fundamentada, que entrega no centro de inspeções após a reprovação e antes da saída do veiculo do centro,
para esse efeito, em cada centro de inspeções deve existir um livro de reclamações.
A entidade autorizada deve remeter a reclamação, acompanhada de cópia do relatório e da ficha de inspeção e no prazo de vinte e quatro horas, à direção de serviços de viação da área onde se localiza o centro.
No prazo de vinte cinco dias após a receção da reclamação, deve o diretor dos serviços competentes proferir decisão, a qual deve ser comunicada, de imediato, ao reclamante e à autoridade autorizada respetiva.
Apesar do negro económico que nos assalta, não conduza o veiculo sem inspeção atualizada, além da coima de 250 euros a 1250 euros e apreensão dos documentos do veiculo a seguradora poderá não se responsabilizar em caso de acidente.
Citando L.Tolstoi “ O futuro não existe, realmente. Ele é criado por nós, no presente.”
Amilcar Ferreira

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

COMO TIRAR A CARTA DE CONDUÇÃO SEM REPROVAR!


Minhas primeiras palavras são de agradecimento pelos expressivos elogios que tenho recebido, quer pelas crónicas quer pelo trabalho na formação rodoviária com os magníficos resultados em termos de segurança e aprovações que temos presentiado os nossos alunos. Divido os elogios à digna e talentosa equipa de profissionais que me acompanha neste trabalho árduo.
Portugal atravessa uma crise económica, uma crise de valores. As mudanças não são apenas constantes, são rápidas, são profundas, são marcantes e são desafiadoras. Todas as instituições de ensino automóvel não poderão regatar esforços no sentido de dar à sociedade a resposta que ela espera. Uma resposta necessariamente rápida, efetiva, eficaz.
Hoje, a Carta de Condução tornou-se um bem de primeirissima necessidade, para além de promover a autonomia e a mobilidade, o “arranjar” trabalho está muitas vezes condicionado a este pertinente título.
Fruto de políticas desastrosas daquelas que continuam a viver principescamente, milhares de pessoas enfrentam dificuldades económicas que não lhes permite “andar” a reprovar em exames de condução, com todas as consequências económicas e de auto-estima que ficarão envolvidas. É com grande preocupação que assisto a taxas de reprovação elevadíssimas em algumas escolas de condução, resultantes da negligência e da impreparação de muitos instrutores.
O mundo mudou, a complexidade da condução e do trânsito aumentou, a exigência e a durabilidade do tempo de condução em exame nada têm a ver com o que acontecia há 20 ou 30 anos! Só pessoas preparadas, formadas, com sentido de responsabilidade, poderão ter êxito no primeiro exame.
Deixo-vos alguns conselhos, algumas técnicas que vos poderão ser muito úteis para uma performance de excelência. Assim:
  • Fazer testes e mais testes, uns atrás dos outros é útil, mas pode não ser suficiente. O aluno não se deve deixar mecanizar pelos testes que faz como treino. Quando isso ocorre, acaba por ler pouco o livro de código. Ao automatizar os testes, o candidato não interioriza verdadeiramente o conhecimento. Os alunos devem aproveitar as aulas e estudar. Os alunos na ânsia de quererem começar as aulas de condução tendem a despachar o mais depressa possível as 28 aulas mínimas de código e não frequentam mais aulas. Um erro que pode comprometer a aprovação no exame teórico, tanto mais que, no caso das aulas de código, as escolas de condução não cobram qualquer preço adicional pelo número de aulas que o aluno assistir a mais;
  • Um aspeto muito importante em quem dá os primeiros passos na aprendizagem da condução tem a ver com o tipo de instrutores que têm. É muito importante que nas primeiras aulas sejam transmitidos todos os conhecimentos e treinando todos os básicos automatismos sensório-motores, com o decorrer das aulas o aluno cria a sua autonomia, de forma que quando for a exame não necessite de ajuda. Lembre-se que muita da segurança ou insegurança que poderá ter em exame de condução, poderá advir do modo como os instrutores souberam criar-lhe autonomia para uma condução segura. Não admita que, exceto em situações de perigo, o instrutor nas últimas aulas “mexa” nos pedais;
  • Aprender a conduzir passa por conduzir em auto-estradas ou vias equiparadas. Se vir que o seu instrutor não tem o hábito de o levar para auto-estradas faça esse reparo. Entrar ou sair nessas vias é complexo e tem de ser bem trabalhado;
  • Saber conduzir pressupõe perceber para que servem e quando devem ser utlizados os vários comandos do veículo e implica dominar o veículo, ou seja, se quer passar no exame tem mesmo de saber manuseá-lo, até porque tudo lhe pode ser pedido para realizar no dia do exame (estacionamento, inversão de sentido de marcha, marcha-atrás). Se verifica que não domina alguma manobra peça ao instrutor para insistir nessa situação. Não guarde as dúvidas para si!;
  • As reprovações em exame de condução acontecem em alunos que não estão devidamente preparados, mas, também, ocorrem reprovações em candidatos que, por se sentirem já quase condutores, tendem e adotar uma postura de facilidade;
  • Mil olhos nas rotundas. A circulação em rotunda deve merecer uma atenção muito particular, isto porque qualquer falha que ocorra numa rotunda representa reprovação. Três exemplos de falhas fatais ao circular numa rotunda que deve treinar e ter presente: ligar tardiamente o pisca, posicionar-se mal na rotunda em função da saída que lhe interessa, não olhar para os espelhos e virar a cabeça para avaliar o posicionamento dos demais veículos;
  • Insista e treine a condução defensiva. Recolha a informação com antecedência de forma a tomar a melhor decisão em tempo útil, não se deixe surpreender nem seja surpreendido. Muitas reprovações acontecem pelo candidato não ver ou ver tarde! Portanto, a visão e a atenção sempre presentes;
  • Esqueça o mito em que o examinador poderá mandar para um sentido proibido. É mentira, não é possível!;
  • Domine bem a embraiagem para não correr o risco de subir algum passeio em alguma manobra;
  • Alheie-se nas aulas de condução de conversas que não interessam para o ensino de condução. Há instrutores que têm por hábito contar anedotas e isso apenas serve para desconcentrar do essencial. Trabalhe nas aulas e festeje depois na aprovação!
Lembre-se que não existe sorte ou azar, há um trabalho bem feito e isso sim o levará ao êxito!

Amilcar Ferreira
Diretor/Instrutor/Examinador